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domingo, 7 de outubro de 2012

'Avenida Brasil': o adeus a Max, vilão dos sonhos de Marcello Novaes

Jornal do Brasil
Por Pedro Willmersdorf
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Não foi apenas Adriana Esteves que recebeu, como presente de João Emanuel Carneiro, uma personagem transformadora como Carminha, válvula de transformação de sua carreira, tornando a já talentosa atriz em figura de primeira grandeza da teledramaturgia. 'Avenida Brasil', pelas mãos de seu autor, também atuou como peça de redenção para um ator que, hoje, aos 50 anos, nos mostra uma versatilidade que, até então, nas telinhas, se exibia de forma discreta, quase imperceptível. Max, o vilão sofredor construído por Marcello Novaes, com certeza deixará saudades.

Morto com golpes de enxada, em cena que irá ao ar, provavelmente, nesta segunda (8), e que trará ares de suspense à identidade do assassino de Max, o braço direito de Carminha, abandonado por sua ex-parceira de forma cruel, em grande parte de sua contribuição à história nos despertou ódio e, principalmente, nojo. Mas, com uma dedicação evidente de Marcello em transferir humanidade a sua missão, em diversos momentos nos sentimos tocados pela fragilidade emocional de Max e pudemos perceber como sua vilania, na verdade, sempre foi uma casca, das mais grossas, criada pelo mesmo para enfrentar a vida e se vingar de toda a abstinência de felicidade a que foi submetido, crescendo em meio ao lixo, renegado pela mãe, Lucinda (Vera Holtz), ficando à mercê do temperamento conturbado de Nilo (José de Abreu).
Max, personagem que demonstrou a maturidade de Marcello Novaes em cena

Sempre marcado pela comicidade, como na pele de Geraldo ('Rainha da Sucata' e 'Deus nos Acuda') ou Raí ('Quatro por Quatro'), Marcello Novaes, conseguiu, graças a Max, imprimir uma visceralidade inédita em um trabalho seu, adicionando, além das risadas, o trincar de dentes na relação do telespectador com sua história na TV brasileira. 

Marcello ainda teve, como fator de complicação em sua jornada, a atuação imbatível de Adriana Esteves. No entanto, demonstrando mais uma vez maturidade, o ator conseguiu transformar em aliada a performance de sua companheira de cena: Max, até nos momentos em que foi humilhado por sua comparsa, cresceu. Não como vilão, mas como personagem. 

Max não foi mais um picareta clássico de folhetim, um espertalhão atrapalhado, 171 às cegas. Max foi uma figura criada com minúcias por João Emanuel Carneiro e, principalmente, por Marcello. Inteligente, mas apaixonado, frágil, sensível, meteu os pés pelas mãos. Max foi o vilão que transformou a carreira de um ator.

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